Brasil Trabalho reprodutivo: Quem faz?
Este artigo tem como objetivo analisar as atividades realizadas pelas pessoas no interior das famílias, as quais têm enorme importância na reprodução da vida e no bem-estar da sociedade. Estes serviços, por não estarem associados à uma geração equivalente de renda, são ignorados pela teoria econômica que não os valora no Produto Interno Bruto (PIB) dos países. O conceito divisão sexual do trabalho consolidou a subestimação das atividades realizadas pelas mulheres na família. Esta percepção contribui para que seja feita uma associação linear entre a atividade masculina com a produção mercantil e a feminina com atividade familiar doméstica; estas veladas pela sociedade, conseqüentemente desvalorizadas. A fim de dar visibilidade ao trabalho reprodutivo feminino, damos continuidade à tarefa realizada por Melo, Considera e Sabbato (2005, 2007) de mensuração da contribuição dos afazeres domésticos para o PIB brasileiro. No presente estudo, analisamos quem realiza as tarefas domésticas, segundo sexo, escolaridade, posição na ocupação, setores de atividades, tanto para trabalhadores ativos – ocupados e desempregados – quanto inativos. Utilizam-se os microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (PNAD/IBGE) para o ano de 2005 que investiga o tempo gasto na execução de tarefas domésticas. Conclui-se que estas atividades são pesadamente uma incumbência feminina. Sejam analfabetas ou mulheres com educação superior, seja qual for o tipo de contrato que possui no emprego, seja ocupada ou fora do mercado de trabalho, todas têm uma carga pesada na execução desses trabalhos, que significam a reprodução da vida.
Año: 2007
Autoras: Hildete Pereira de Melo, Marta R.Castilho
Publicado por: Capítulo Latinoamericano de la Red Internacional de Género y Comercio